sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Ecco! Siamo arrivati!

As fotos registram a comemoração dos 80 anos de idade do nonno Luiz Pagot, comemorados no dia 17 de setembro de 1995, dezessete dias antes da sua "partida" derradeira.
A comemoração com churrasco , galeto, muita salada e cerveja (o nonno não bebia ou bebia um copo de cerveja esporadicamente), reuniu todos os filhos (exceto o Osmar e suas filhas, o segundo mais velho), netos e a bisneta Bruna que segura no colo.

Tudo aconteceu sob parrerais, laranjeiras e bergamoteira que enchiam o quintal da casa como gostava o nonno Luiz.

Os registros fotográficos foram feitos por Francisco Antonio Pagot e pela sua filha Marcele Azambunja Pagot.

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Na festa dos 80 anos do meu pai Luiz Pagot, em 17/09/1995, com os netos e a bisneta. Em pé: Caroline, Marcele, Greice, Christian, Bruno e Luciano Dalcin. Na 2ª fila: Gregory, il nonno Luiz Pagot com a bisneta Bruna no colo, Cassius, Aline e Thális.
A família Pagot, sob certo aspecto, deu sorte. Apesar dos momentos de verdadeiro pânico e incertezas, acentuados com o mal da peste (febre) que apanhou o filho Anacleto, que acabou chegando saudável ao Porto de Santos, onde aportaram exatamente no dia 9 de agosto de 1921, como comprova documento expedido pelo Projeto Imigrantes. Estava, assim, concluída a primeira etapa de um duro e árduo roteiro que deveria conduzí-los a uma real nova vida. Mas, como explicam os estudiosos sobre o significado dos nomes, coincidência ou não, Anacleto, que tempos depois viria a falecer ainda em conseqüência da febre, é nome originário do grego, e significa "aquele que foi chamado".

Il nonno Felice Pagot, cansado de trabalhar duro de sol-a-sol e sem perspectivas de um futuro mais tranqüilo e confortável para a família em sua pátria natal, a exemplo de dezenas de milhares de compatriotas, e depois de ter retornado da guerra que o separou por quatro anos da família, determinado a encontrar uma nova terra com a expectativa de uma vida mais digna e de perspectivas mais próspera, providenciou o passaporte de todos os membros da família (o casal e seus oito filhos) para o embarque no navio Conde D'Eu, que levantaria âncoras do Porto de Gênova, na Itália, entre os dias 18 ou 19 de fevereiro daquele 1921. O bastimento veio superpovoado de imigrantes. E esta foi, provavelmente, uma das últimas expedições oficiais trazendo italianos para trabalhar no Brasil.


A vantagem de optarem por Torino, no Rio Grande do Sul, era que aqui havia a expectativa mais real de pelo menos ter um pedaço de terra só seu, sem ter a obrigação de dar parte da produção em pagamento aos ávidos fazendeiros e donos de cafezais. Enfim, havia mais perspectivas e ainda poderiam ser donos de suas terras.
Mas, para sobreviver tiveram que se dedicar de corpo e alma ao trabalho, muito trabalho e muita dedicação, aliado a uma grande dose de coragem, fé e a determinação de vencer em uma pátria desconhecida, mas que adotaram também como sua. Era a concretização do sonho.
As propriedades eram cobertas de mato puro, e as famílias tinha que abrir grandes picadas e clareiras nas quais iriam viver por muitas gerações. Apesar do cansaço, da fome e das doenças, e sem muitos recursos, ainda restavam forças para manejar o facão ou o machado, a enxada e a foice. Estavam, a essa altura, entre os milhares de italianos que vieram fincar bandeira em solo gaúcho.
Foi perseguindo esse tipo de vida - a realização de um sonho - que os Pagot desembarcaram em solo brasileiro, vindos da localidade de Gaiarine, na Província de Treviso, região do Vêneto, naquele ano de 1921. Hoje se pode dizer que foi importante a decisão do nonno Felice Pagot em fazer os passaportes de toda a família, pois lá não teriam tido as mesmas possibilidades ou um futuro com perspectivas de uma vida melhor e mais digna. Aqui conseguiram o bastante para, mesmo com tremendas dificuldades, terem o seu próprio pedaço de terra, e legarem aos filhos uma vida pautada pela dignidade.
Hoje, quem lê essa história de bravura, e comum a todos os imigrantes italianos, precisa olhar para trás na História.
E assim os imigrantes foram vencendo a curva do tempo ... para cima.
Foi nessa balada que Felice Pagot e Ângela Di Giusti Pagot conceberam mais quatro filhos: Mérica, Lungino, Aparecida e o caçula João, que no dia cinco de novembro de 2006 comemorou seus 76 anos de vida e no dia 26 de fevereiro de 1999 suas "bodas de ouro" de casamento com a esposa Lenira.
Para superar a saudade da pátria-mãe e do isolamento, restavam aos imigrantes os filós, encontros tradicionais entre os vizinhos na colônia italiana, sempre com muita conversa (acompanhada da indisfarçável e imprescindível mímica das mãos), cantorias (canções quase sempre românticas e nostálgicas), comida e bebida farta (vinho e tudo o mais feito por eles próprios).
Pois, instalaram-se por longos anos nos Campos de Cima da Serra, ponto central da imigração italiana no Estado, mais especificamente em Torino, localidade encravada em Carlos Barbosa (hoje um próspero município), então distrito de Garibaldi.
Além das picadas abertas a facão e a machado, pás e foices, os italianos preparavam primeiramente a área a ser cultivada. E, para tanto, quando havia matagal com grandes árvores e ervas daninhas, usavam o sistema de queimadas e o corte de árvores para abrir clareiras e, assim, começarem o preparo da terra para o cultivo da roça. Logo após reviravam a terra com o uso de enxadas ou arados puxados por uma junta de bois ou até mesmo cavalos, manuseados pelos colonos. O arado tinha na parte traseira dois cabos de madeira em formato de forquilha, e entre os quais o colono se postava e se apoiava, fazendo pressão sobre a terra, enquanto a pá do arado ia revirando a terra fresca, formando longos e continuados sulcos, onde depois eram depositados os grãos de milho, feijão, trigo, etc. A semeadura, tanto no caso do milho como do feijão ou trigo, era feita com um rústico equipamento chamado de plantadeira que, através de um movimento de abre-e-fecha feito manualmente pelo colono de cima para baixo, ao mesmo tempo em que abria a cova, ia largando uma porção de sementes em quantidade quase iguais.
Homens e mulheres de sapa (enxada) na mão, chapéu de palha na cabeça, calças compridas (as mulheres usavam apenas pernas de calças sob os vestidos para evitar os espinhos e arranhões provocados pelos galhos do matagal, e panos em formato de lenços forrando a cabeça, sob o chapéu). Assim limpavam a área, remexiam a terra e abriam as covas para o plantio de sementes e mudas dos mais diversos tipos de culturas agrícolas, como milho, trigo, feijão, batata inglesa, batata doce, etc., que serviam de base ao seu sustento. Acordavam de madrugada e iam cedo da manhã para a roça, onde cumpriam a rotina da capina, semeadura, tudo depois de terem arado a terra, deixando-a pronta para o plantio. Isso logo depois de terem cumprido as outras lidas, como ordenhar as vacas e tratar todos os demais animais. Equipados com enxadas, foices e outros apetrechos mais necessários, que carregavam nos ombros, para desmatar o matagal, seguiam para a roça muitas vezes cantando as canções folclóricas e nostálgicas que lembravam seus antepassados. Próximo ao meio-dia um ou dois membro da família se encarregavam de buscar o almoço, que era preparado, ou até requentado, à sombra de alguma árvore nativa e frondosa.
Anos mais tarde já faziam isso de uma forma menos trabalhosa: iam de carreta puxada por uma junta de bois, o que facilitava o transporte do material para o trabalho e o alimento para o almoço, além de cantis cheios de água para saciar a sede. Até podiam levar os filhos menores que, via de regra, ficavam sentados ou próximo de locais onde haviam árvores e, por conseguinte, boa sombra que os protegiam do escaldante sol.
Depois de todo esse trabalho vinha a época das colheitas, o transporte dos produtos agrícolas feitos em carretas e o armazenamento em galpões de madeira, onde, numa etapa seguinte, ensacavam o trigo, o milho, a batata, etc. para ser levado à Cooperativa. E nos galpões também guardavam a palha, que servia para encher os colchões de dormir, feitos artesanalmente, enquanto que os travesseiros eram recheados de penas de galinha. Trabalhavam, inclusive, aos sábados. E só folgavam no domingo, assim mesmo depois de terem tirado o leite das vacas e tratados todos os animais, como cavalos, porcos, cabras, galinhas, etc.
Havia também aqueles que, paralelamente, optavam pelo cultivo de parrerais, com uvas de diferentes tipos, como a francesa.
A tudo isso aliavam o culto das suas tradições religiosas, com a compulsória ida à missa aos domingos e o culto dos hábitos e costumes herdados na sua pátria-mãe. Assim foram os dias, as semanas, os meses e os anos da maioria das famílias de imigrantes italianos por décadas e décadas.
A família Pagot, como todas as outras, passava a maior parte do tempo nas lidas da roça, da casa e no trato com le bestie. E de vez em quando, como forma de descanso, faziam filó, encontros em casa dos vizinhos compatriotas que serviam para matar saudades dos parentes e amigos deixados na distante Itália. Havia todo um sentimento cultural-romântico, que fazia dos imigrantes italianos, apesar da árdua luta para conquistar o seu espaço e obter o direito à propriedade, um povo alegre. E essa alegria era traduzida no tais filós. E era nesses encontros, que conversavam na língua da pátria-mãe, que contavam sobre as novas experiências e trocavam conhecimentos; comiam, bebiam vinho feito nas próprias cantinas e cultivavam o hábito das cantorias. E cantavam para matar saudades da pátria de origem e dos parentes lá deixados. Era nesses encontros que procuravam manter e cultuar os hábitos, os costumes e as tradições trazidas de sua terra natal, a agora longínqua Itália, os quais também iam legando, compulsoriamente, aos filhos e netos.
Lembro dessas histórias contadas pelo meu pai e minha mãe, principalmente do período em que a família chegara no Brasil e da vida nas fazendas de café em São Paulo. Dos hábitos e costumes lembro, até por experiência e vivência própria, e depois já morando na cidade, de esporádico convívio com os colonos italianos de Torino e Bento Gonçalves.
Recordo como se hoje, dos italianos no interior de Bento Gonçalves; e até da então Cantina Aurora, onde muitas vezes em férias na casa do nonno Felice ou dos tios Lungino e João, ajudei a esmagar as uvas com os pés nas grandes e redondas barricas de madeira, amarradas por arcos de ferro; que produziam, além do vinho em cantinas caseiras, a graspa (bebida feita a partir do bagaço da uva). Era tempo em que assistia os parentes fazer o queijo, butiro (manteiga), banha de porco e salame, que eram guardados nos porões das casas geralmente construídas com pedras irregulares, o que mantinha o ambiente bem mais fresco e próprio à conservação dos produtos coloniais. As dedicadas mulheres dos imigrantes italianos faziam a massa caseira, ou como chamavam, os bigolli, desde o preparo da massa propriamente dita até passar numa máquina, que era movida manualmente.
Me vem à lembrança o fogão à lenha - em alguns casos construidos de tijolos e abastecidos com lenha retirada de árvores, além de nós de pinhas que duravam mais e aqueciam o fogão por mais tempo - e cobertos por uma chapa de ferro, que servia inclusive para brustolar (fritar) a polenta já fria, assar pinhão e batata doce. Para eliminar a fumaça haviam as chaminés, sempre instaladas no lado externo da casa, feitas de tubos de latão ou alumínio. As panelas e as chaleiras eram de ferro, de alumínio ou esmaltadas, e havia também um ou mais paneleiros em formato de tripé, onde eram guardadas as panelas. Hoje cobiçadas relíquias.
Usavam-se bacias esmaltadas geralmente de branco, raras com detalhes em azul; o ferro de passar roupa aquecido à brasa de carvão; o fogareiro alimentado a querosene, que servia à noite para iluminar, tanto o jantar como para outras lidas domésticas das mulheres, com o bordar, o tricotear, o cozer as roupas ou até mesmo à feitura de espartilhos, saiãos e xales tricotados pela nonna e pela mamma.
Os colonos, para suprir a deficiência de fábricas para certos manufaturados, faziam as suas próprias gamelas (recipientes de madeira esculpidas em forma de concha, de diversos tamanhos, que serviam para salgar a carne, além de outras específicas destinadas a alimentar os animais ou mesmo para lavar os pés antes de dormir). Para fazer o pão caseiro construíam fornos com tijolos e barro, e ainda compravam tachos de cobre dos ciganos, que serviam de recipiente ideal à feitura e cozimento das chimias, como marmelada, uvada, goiabada, pessegada e figada, geralmente só para o consumo da família.
Essas, lembro, fazíamos ainda nos anos 50 e 60, já morando na Rua Frederico Guilherme Ludwig, em Canoas, (a rua assim batizada foi em homenagem ao criador de "O Canoeiro", primeiro jornal da cidade, manuscrito, que circulou no município, entre os passageiros do "trem de ferro" ou "Maria Fumaça", em 1909), e sob o comando da sempre disposta e dinâmica mamma. Não lembro de tê-la visto para por mais do que dez ou doze minutos. Sempre encontrava o que fazer. E, para não queimar a chimia, tinha que se mexer com uma grande pá (ou colher) de madeira continuadamente, até para que não se ficasse muito próximo ao fogo, que emanava um insuportável calor, mantendo, assim, a uma constante alta temperatura sob o tacho de cobre. A longa pá (ou colher) de madeira evitava, ainda, que fôssemos atingidos pelos respingos da "marmelada" quando em pleno processo de fervura.
Assim, o dejejum era farto e sortido, bem ao estilo dos hoje conhecidos e muito procurados "cafés coloniais", sendo, por outro, a mesa construída pelos próprios italianos, com pés geralmente torneados e até decorados artisticamente. A mesa posta com pão, queijo, salame, socol, morcília, mel e "chimias" feitas de variados tipos de frutas, como uva, pêssego, pêra, marmelo, pêssego e figo, passadas sobre as fatias de pão caseiro. Uma verdadeira e inigualável de-lí-cia!
Os móveis, com raras e esporádicas exceções, como as camas de ferro com lastros de molas (guardava uma, herdadaa dos meus pais, que tinha mais de cem anos até o ano de 2006), eram produzidos pelos próprios colonos italianos, como os armários para a cozinha, mesas de madeira e bancos longos e sem encosto, onde a família sentava reunida para as refeições. Não sem antes dedicar um breve tempo a oração de agradecimento pela refeição. Os guarda-roupas eram armários de madeira, com portas fechadas com tramelas (peças de madeira, que giram ao redor de um prego, para fechar portas, janelas, armários, porteiras, etc), e como detalhe útil gavetas, ou também com vãos abertos com prateleiras cuja frente era coberta por cortinas de tecidos quase sempre xadrez, que serviam para guardar as roupas, em especial as domingueiras, preservadas para serem usadas somente na ida à missa, às esporádicas festas e visitas aos parentes e vizinhos. Na cozinha, para guardar as louças, talheres e outros objetos menores, também armários de madeira feitos pelos próprios colonos. As camas, mesmo as de ferro, tinham colchões feitos artesanalmente pelas mulheres italianas em casa e recheados com palha de milho, enquanto os travesseiros eram forrados com penas de galinha. Nada ou quase nada era desperdiçado pelos colonos.
As compras eram quase sempre feitas nas casas comerciais chamadas de armarinhos, lojas onde eram vendidos tecidos, material de costura e atavios femininos, entre outras miudezas. Assim como o feijão, o café, o açúcar, a erva-mate, além de outros produtos, que eram guardados nos armarinhos em tulhas de madeiras, e as bebidas compradas em estabelecimentos chamados de bodegas ou "vendas", um pequeno armazém de secos e molhados. Nesses estabelecimentos podia-se encontrar também quase todo tipo de equipamento para a casa e o trabalho na roça, como talheres, pratos, bacias geralmente de alumínio ou esmaltadas, penicos ou urinóis, enxadas, pás, martelos, ancinhos, picão, foices, etc., já que funcionavam também como uma espécie de ferragem.
Os potreiros onde ficavam os bois, cavalos e cabras, ou os chiqueiros dos porcos eram, geralmente, cercados por taipas (uma espécie de muro construido com pedras sobre pedras e sem argamassa ou cimento para firmá-las). Os imigrantes italianos, ainda sem recursos financeiros e sem um comércio adequado às suas necessidades, tinham que produzir suas próprias carretas, cangas para os bois, arados, cabos de enxadas, de martelos, de foices, de pás, restelos (ancinhos), etc. E quase todos os homens da família aprendiam e sabiam executar as tarefas artesanais de construção de armários, cabos para ferramentas, arados, etc.
O domingo era um dia sagrado, já que os vênetos eram católicos por tradição e convicção religiosa, em que os colonos italianos quebravam a batida e exaustiva rotina da semana e se dedicavam às rezas. Acordavam tão cedo quanto nos dias de semana, ordenhavam as vacas e tratavam todos os outros animais. Depois tomavam o café da manhã com farta mesa de produtos coloniais que eles mesmos produziam, trocavam de roupa, punham o traje ou a muda domingueira. A pé, a cavalo ou de carreta iam em grupos à missa na capela da localidade. Os homens, depois da celebração da missa, normalmente, seguiam ou para a bodega ou para o clube, quando havia. E lá se reuniam com seus compatriotas para o jogar de cartas, como a bríscola, a scopa, ou a mora. Ou para a disputa de partidas de bocha ou bolão nas canchas que haviam no clube. Tudo regado a bicchieri de vino rosso.
Papai foi um grande jogador de bocha, ainda mesmo em Canoas, e como troféus ganhou diversos jogos de cristal e cobertas de mesa, algumas em legítima porcelana chinesa, que até hoje são preservadas com carinho, antes pela minha saudosa mãe, depois pela minha madrasta Juventina e hoje pelos manos Osmar e Dirceo, que os levaram como resultado da partilha dos móveis e objetos domésticos, repartidos depois da morte dos meus pais e da madrasta.
Em casa ou mesmo na bodega ou no clube, os adeptos fumantes, preparava com toda a paciência palheiros feitos com fumo de corda, que era cortado com a bristola, desfiado com o massagear das mãos e, finalmente, enrolados numa palha de milho fina. Outros já preferiam fumar cachimbo, como meu saudoso nonno Felice, um grande apreciador do bom e saudável vinho. Hábito que preservou até pouco antes de tomar o "passaporte" pro andar de cima.
À tarde, nos domingos depois da obriogatoriedade de assistir a missa, os mais jovens ou iam para o campo de futebol onde eram disputadas partidas entre os clubes (geralmente haviam só dois clubes) em cada localidade, ou se deslocavam para as localidades vizinhas com jogadores, esposas, namoradas e torcedores em cima da carroceria de carretas ou de um ou dois velhuscos caminhões. Ou, aonde havia, iam para o cinema, que geralmente tinha uma única sessão geralmente à tarde, já que os colonos se recolhiam cedo para suas casas, pois cedo no dia seguinte retomavam a atribulada rotina da semana.


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Estes são fatos e atos que contam um pouco a dura e penosa saga dos imigrantes italianos, e aqui em particular das famílias Pagot e Carlotto, no Brasil e, em especial, na região de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, que compreende, hoje, cerca de uns vinte e seis municípios, com destaque para Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Farroupilha, Antônio Prado, Nova Prata e Cotiporã.
Um depoimento-documento que leva ao resgate e ao registro da história dessa brava, destemida e importante gente que, através da sua força, da sua determinação e da sua vocação para o trabalho, contribuíram de forma ímpar para o desenvolvimento e o progresso do nosso Estado.
Ecco, e per brindare, um saluto a tutti l´italiani che an aportatto nel questto paesi con su volonta e su lavoro.

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